ATIVIDADE 3 - FAR - BIOESTATÍSTICA E EPIDEMIOLOGIA - 54_2025

ATIVIDADE 3 - FAR - BIOESTATÍSTICA E EPIDEMIOLOGIA - 54_2025

Questão 1

O risco relativo (RR) e o odds ratio (OR) são medidas de associação que comparam a probabilidade de um desfecho entre grupos expostos e não expostos a um fator de risco e são frequentemente utilizadas em estudos epidemiológicos. O RR é a razão entre a incidência de um desfecho entre expostos e não expostos. Já OR corresponde à razão da chance de um evento ocorrer no grupo exposto pela chance de ocorrer no grupo não exposto. 

Considere o quadro que segue, construído com os dados de um ensaio clínico randomizado:

Quadro – Resultados de um estudo de ensaio clínico randomizado*.

​*Dados fictícios.

Nessas condições, qual o valor de OR?

Alternativas

Alternativa 1:

1/2.

Alternativa 2:

1/3.

Alternativa 3:

2/3.

Alternativa 4:

49/18.

Alternativa 5:

18/49.

Questão 2

A margem de erro é uma medida estatística que indica a quantidade de erro aleatório em uma pesquisa ou estudo. Em termos simples, ela define o intervalo dentro do qual os resultados de uma amostra podem variar em relação à população real. A margem de erro é frequentemente expressa como uma porcentagem e está relacionada ao nível de confiança de uma pesquisa. Por exemplo, se uma pesquisa relatar que 60% dos estudantes de uma escola têm 160 cm de altura com uma margem de erro de ± 5%, isso significa que o valor real da altura na população está entre 155 cm e 165 cm.

Considere que (25,00 ± 3,92) represente um intervalo com 95% de confiança para a média µ de uma população normal, obtido com base em uma amostra aleatória simples de tamanho 625. Nessas condições, assinale a alternativa que corresponda ao valor do desvio-padrão dessa população:

Alternativas

Alternativa 1:

5.

Alternativa 2:

25.

Alternativa 3:

50.

Alternativa 4:

0,5.

Alternativa 5:

500.

Questão 3

Em epidemiologia, tanto a incidência quanto a prevalência são medidas de frequência de ocorrência de um determinado evento em uma determinada população em risco. A diferença crucial entre as medidas está no delineamento do estudo. No caso da incidência, conta-se o número de eventos novos (oriundo, por exemplo, de um estudo de coorte). Já para prevalência, conta-se o número de eventos existentes (em um estudo transversal, por exemplo).

​Fonte: MERCHAN-HAMANN, Edgar; TAUIL, Pedro Luiz; COSTA, Marisa Pacini. Terminologia das medidas e indicadores em epidemiologia: subsídios para uma possível padronização da nomenclatura. Inf. Epidemiol. Sus, Brasília, DF, v. 9, n. 4, p. 276-284, dez. 2000. Disponível em: https://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-16732000000400006&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 23 maio 2025.

Considere que no ano de 2024 um município da região Sul do Brasil tenha registrado 50 novos casos de hanseníase e tinha 150 casos em tratamento. Nessa situação, assinale a alternativa correta:

Alternativas

Alternativa 1:

A incidência de hanseníase foi de 50 casos.

Alternativa 2:

A incidência de hanseníase foi de 200 casos.

Alternativa 3:

A prevalência de hanseníase foi de 50 casos.

Alternativa 4:

A prevalência de hanseníase foi de 150 casos.

Alternativa 5:

A prevalência de hanseníase foi menor que a incidência.

Questão 4

O primeiro grande estudo dedicado ao acompanhamento da saúde e desenvolvimento de crianças com síndrome de Down nos primeiros três anos de vida é um projeto de estudo inovador cujo objetivo é analisar mudanças cruciais em áreas como crescimento, alimentação, sono, atividade física, neurodesenvolvimento e funções motoras em crianças com síndrome de Down. O projeto prevê identificar todas as crianças com síndrome de Down nascidas entre agosto de 2024 e julho de 2025, em São Paulo, uma cidade de alta densidade populacional e serão acompanhadas até os 36 meses de vida. Esse estudo considera diversos subprojetos, com foco em quatro áreas de pesquisa:  

- Mapeamento Abrangente: saúde materno-infantil, crescimento, alimentação, sono, atividade física, neurodesenvolvimento e funções motoras.

- Investigação de Impactos Socioeconômicos: desigualdades socioeconômicas, sociodemográficas, acesso a serviços de saúde e redes de apoio. 

- Desenvolvimento de Padrões Normativos e Diretrizes: acompanhamento de cuidados essenciais para mães e crianças com síndrome de Down. 

- Identificação de Fatores Materno-Infantis: possibilitando o direcionamento de intervenções precoces.

O estudo inclui a criação do “Sistema de Armazenamento de Dados Materno-Infantil e Pesquisas Avançadas” e a “Central de Apoio e Desenvolvimento”. Participam do estudo profissionais, estudantes e pesquisadores de diversas áreas do conhecimento. Os grupos de trabalho serão divididos em três áreas específicas: recrutamento de participantes (GT21-Recrutamento), administração de entrevistas (GT21-Entrevistas) e administração de testes (GT21-Testes). Além disso, o projeto estabelece parcerias com renomadas universidades do Reino Unido e dos Estados Unidos, como a Universidade de Oxford, Universidade de Southampton, Universidade do Alabama em Birmingham e Universidade Estadual do Mississippi. 

Fonte: INSTITUTO JÔ CLEMENTE (IJC). Disponível em: ijc.blog.br. Acesso: 8 maio 2025.

Considerando as informações precedentes, qual a técnica de estudos observacionais que será empregada nesse estudo?

Alternativas

Alternativa 1:

Estudo coorte.

Alternativa 2:

Estudo ecológico.

Alternativa 3:

Estudo caso-controle.

Alternativa 4:

Estudo descritivo de caso.

Alternativa 5:

Estudo de ensaio clínico randomizado.

Questão 5

O estudo epidemiológico do tipo coorte é um estudo longitudinal, prospectivo e observacional no qual um grupo de pessoas é acompanhada por determinado tempo e os desfechos são comparados a partir da exploração ou não de uma intervenção ou outro fator de interesse para análise posterior de incidência da doença. Os fatores positivos desse tipo de estudo são: calcula o Risco Relativo (RR) e estabelece etiologia e fatores de risco, sendo apropriado para descobrir a incidência e a história natural de uma condição de saúde.

Considere que em um estudo do tipo coorte foi observado que a ordem de nascimento (1º, 2º, 3º e 4º filho) está associada à Síndrome de Down com p < 0,05. Com relação à observação feita pelo estudo, analise as afirmativas a seguir:

1. A observação realizada pelo estudo é procedente.
2. A observação realizada pelo estudo é improcedente, uma vez que a idade materna é uma variável de confusão.

III. A observação realizada pelo estudo é improcedente, uma vez que a idade materna é um viés.

É correto o que se afirma em:

Alternativas

Alternativa 1:

I, apenas.

Alternativa 2:

II, apenas.

Alternativa 3:

I e II, apenas.

Alternativa 4:

II e III, apenas.

Alternativa 5:

I, II e III.

Questão 6

Realizou-se um estudo transversal de base populacional com adultos (18 a 65 anos) residentes no Distrito Federal (DF), Brasil, com o objetivo de estimar a prevalência e investigar os fatores associados à automedicação nessa população. Utilizaram-se dados de um inquérito sobre indivíduos que utilizaram pelo menos um medicamento nos últimos sete dias. Esses dados incluíram informações como gênero, idade, situação conjugal e número de residentes por domicílio.

Fonte: DOMINGUES, Paulo Henrique Faria et al. Prevalência e fatores associados à automedicação em adultos no Distrito Federal: estudo transversal de base populacional. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 26, p. 319-330, 2017. (adaptado).

Usando o exemplo acima e com base no entendimento dos tipos de variáveis, avalie as afirmações a seguir:

1. Variáveis qualitativas são aquelas que podem ser contadas ou medidas e incluem dados como idade e número de residentes por domicílio.
2. Variáveis quantitativas são aquelas que descrevem uma qualidade ou categoria e incluem dados como gênero e situação conjugal.

III. A idade é um exemplo de variável quantitativa, pois pode ser expressa em números e permite operações matemáticas como média e mediana.

É correto o que se afirma em:

Alternativas

Alternativa 1:

I, apenas.

Alternativa 2:

II, apenas.

Alternativa 3:

III, apenas.

Alternativa 4:

II e III, apenas.

Alternativa 5:

I, II e III.

Questão 7

O estudo caso-controle é um estudo observacional retrospectivo, isto é, os dados são coletados a partir de informações do passado, através da análise de registros, entrevistas e assim por diante. O objetivo desse estudo é identificar a frequência com que ocorrem as exposições nos diferentes grupos(casos e controles). Os indivíduos de uma mesma população são selecionados para o estudo em função da presença ou não da característica de interesse (casos ou não-casos = controles). Esta característica de interesse geralmente é alguma doença, mas não é uma regra ser uma doença. Este tipo de estudo parte da doença e estuda a exposição, visando a busca de fatores de risco. Podem ser divididos em dois subtipos:

• Não-pareado: formação dos grupos de casos e controles de forma independente; no entanto, em sua totalidade os dois grupos apresentam características comparáveis;
• Pareado: emparelhamento em que há um controle específico bem definido atribuído para cada caso, semelhante em relação às características que poderiam influenciar nos resultados, como sexo, idade, etc.

O estudo caso-controle é aplicado em identificação de fatores prognósticos de uma doença, estudos do impacto de intervenções diagnósticas ou terapêuticas, entre outros. Esse estudo é uma alternativa ao estudo de coorte (que será mencionado a seguir) na investigação das associações exposição-doença.

Fonte: Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica: SBOC. Disponível em: https://www.sboc.org.br/app/webroot/leitura-critica/LEITURA-CRITICA_C7.pdf. Acesso: 08 mar. 2025. (Adaptado)

Em relação ao estudo de caso-controle, avalie as afirmações a seguir.

1. Geralmente, é mais dispendioso do que estudos de coorte.
2. É uma boa opção para doenças raras.

III. É o melhor desenho para estudos medicamentosos.

É correto o que se afirma em:

Alternativas

Alternativa 1:

I, apenas.

Alternativa 2:

II, apenas.

Alternativa 3:

I e III, apenas.

Alternativa 4:

II e III, apenas.

Alternativa 5:

I, II e III.

Questão 8

O intervalo de confiança é um intervalo numérico associado a uma probabilidade, que representa a confiança de que o intervalo contém um parâmetro populacional. Este conceito é fundamental na estatística inferencial, pois permite fazer estimativas sobre a população com base em uma amostra. Por exemplo, suponha que uma pesquisa com 95% de confiança indique que a média de altura dos estudantes de uma escola está entre 160 cm e 170 cm. Isso significa que, se a pesquisa fosse repetida várias vezes, 95% das vezes o intervalo resultante incluiria a verdadeira média de altura da população de estudantes.

A margem de erro é uma medida estatística que indica a quantidade de erro aleatório em uma pesquisa ou estudo. Em termos simples, ela define o intervalo dentro do qual os resultados de uma amostra podem variar em relação à população real. A margem de erro é frequentemente expressa como uma porcentagem e está relacionada ao nível de confiança de uma pesquisa. Por exemplo, se uma pesquisa relatar que 60% dos estudantes de uma escola têm 160 cm de altura com uma margem de erro de ±5%, isso significa que o valor real da altura na população está entre 155 cm e 165 cm.

Considere que (25 ± 2) represente um intervalo com 95% de confiança para a média µ de uma população normal, obtido com base em uma amostra aleatória simples de tamanho 625.     

Com base nessa situação, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas:

2. O valor da margem de erro (ϵ) para o intervalo de 99,9% confiança será inferior a 2.

PORQUE

1. A elevação do nível de confiança implica diminuição do comprimento do intervalo.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:

Alternativas

Alternativa 1:

As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.

Alternativa 2:

As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.

Alternativa 3:

A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.

Alternativa 4:

A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

Alternativa 5:

As asserções I e II são proposições falsas.

Questão 9

Em bioestatística, a mediana é uma medida de tendência central que corresponde ao valor central de um conjunto de números ordenados. Ela indica qual é o valor que está exatamente no meio de um conjunto de dados.

Considere a tabela que segue, a qual apresenta a distribuição de frequência absoluta das notas atribuídas por pacientes de um pronto-atendimento, em relação à qualidade dos serviços prestados, pela equipe médica:

Nessa situação, o valor da mediana das notas atribuída pelos pacientes aos atendimentos dos funcionários desse pronto-atendimento é igual a:

Alternativas

Alternativa 1:

0.

Alternativa 2:

1.

Alternativa 3:

2.

Alternativa 4:

3.

Alternativa 5:

4.

Questão 10

Um estudo abrangente está sendo desenvolvido para avaliar a prevalência de obesidade em uma cidade densamente povoada. A equipe de pesquisa juntamente com as equipes dos serviços de saúde está coletando e analisando os dados de uma amostra representativa da população. Esses dados serão fundamentais para orientar as ações de saúde pública, incluindo o desenvolvimento de programas de prevenção à obesidade, políticas de promoção da saúde e estratégias de intervenção nutricional.

Elaborado pelo professor, 2024.

Usando o exemplo acima e sobre o conceito de prevalência, avalie as afirmações a seguir:

1. É uma medida de frequência dinâmica, como um filme, e é prospectiva.
2. Definida como o número de pessoas afetadas por um fenômeno (doença ou agravo) na população em um determinado momento, dividido pelo número de pessoas na população no mesmo momento.

III. Definida como o número de casos novos da doença em um período de tempo, dividido pelo número de pessoas da população sob o risco de desenvolver a doença.

É correto o que se afirma em:

Alternativas

Alternativa 1:

I, apenas.

Alternativa 2:

II, apenas.

Alternativa 3:

III, apenas.

Alternativa 4:

II e III, apenas.

Alternativa 5:

I, II e III.