
As cinzas do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, consumido pelas chamas no mês de setembro de 2018
As cinzas do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, consumido pelas chamas no mês de setembro de 2018
As cinzas do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, consumido pelas chamas no mês de setembro de 2018, são mais do que restos de fósseis, cerâmicas e espécimes raros. O museu abrigava, entre mais de 20 milhões de peças, os esqueletos com as respostas para perguntas que ainda não haviam sido respondidas — ou sequer feitas — por pesquisadores brasileiros. E o incêndio pode ter calado para sempre palavras e cantos indígenas ancestrais, de línguas que não existem mais no mundo.
O acervo do local continha gravações de conversas, cantos e rituais de dezenas de sociedades indígenas, muitas feitas durante a década de 1960 com antigos gravadores de rolo e que ainda não haviam sido digitalizadas. Alguns dos registros abordavam línguas já extintas, sem falantes originais ainda vivos. “A esperança é que outras instituições tenham registros dessas línguas”, diz a linguista Marilia Facó Soares. A pesquisadora, que trabalha com os índios Tikuna, o maior grupo da Amazônia brasileira, crê ter perdido parte de seu material. “Terei que fazer novas viagens de campo para recompor meus arquivos. Mas obviamente não dá para recuperar a fala de nativos já falecidos, geralmente os mais idosos”, lamenta.
Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em: 10 dez. 2018 (adaptado).
A perda dos registros linguísticos no incêndio do Museu Nacional tem impacto potencializado, uma vez que
A) exige a retomada das pesquisas por especialistas de diferentes áreas.
B) representa danos irreparáveis à memória e à identidade nacionais.
C) impossibilita o surgimento de novas pesquisas na área.
D) resulta na extinção da cultura de povos originários.
E) inviabiliza o estudo da língua do povo Tikuna.
Solução
A perda dos registros linguísticos no incêndio do Museu Nacional é especialmente grave porque afeta de forma irreparável a memória e a identidade nacionais. Os registros incluíam materiais sobre línguas extintas e culturas indígenas, que agora não podem ser recuperados, o que compromete a preservação de uma parte significativa do patrimônio cultural e histórico do Brasil.
Alternativa B
